Após alguns anos sediando um evento voltado para a comunidade religiosa, o “Capital da Fé”, na época do carnaval, a cidade de Palmas quer alcançar outros públicos, mas o poder público não quer deixar.

Em 2018, surgiu um bloco de carnaval de rua, que usava o Mujica Bar como base, ali as pessoas que não queriam apenas orações, tinham uma opção de se fantasiarem e curtirem livremente o carnaval, assim foi até a represália do poder público.

Quando lançou o “Palmas, Capital da Fé”, o à época prefeito Carlos Amastha, tinha como objetivo atingir um público, que não estava representado nas festas de Carnaval, os religiosos.

Desde então o evento cresceu, sofreu críticas da OAB Tocantins, quanto a inclusão de outras religiões, inclusive com a minha ideia de que utilizar da palavra fé, para apenas duas religiões hegemônicas, não era algo sincero.

Ocorre que em 2019, a prefeita Cinthia Ribeiro, apesar de deixar claro no Twitter que não é ela quem está impedindo o Carnaval, sofre os ataques de internautas afirmando que a prefeita não só não estaria liberando os alvarás, como também estava negando.

Então chegamos a um problema que tenho alertado no Destino Palmas, há muito tempo, sem uma programação organizada e viabilização de outros eventos, Palmas vai falhar na sua única vocação aparente, o Turismo.

Enquanto iniciativas, como os bloquinhos de carnaval forem dificultadas, e os eventos, como o Capital da Fé forem lançados em cima da hora, torna-se impossível fazer com que Palmas se torne uma cidade turística.

Ora, como alguém vai planejar a visita a cidade, sem ter certezas de nada? Como Palmas vai se tornar turística se o poder público freia iniciativas? E hoje estou falando do carnaval, mas diz aí quem tem certeza de quando será o Festival Gastronômico de Taquaruçu em 2019? Diz aí quem sabe quais são as atrações?

Estamos em uma cidade onde o custo de vida é alto, a energia é cara e as empresas e fábricas, não vêm devido ora pela falta de incentivos fiscais, ora pelos valores de impostos e de energia.

Se Palmas quer atingir o máximo do seu turismo, tem que ser uma cidade plural, tem que ter eventos ocorrendo desde o centro da cidade, até Taquaruçu.

Mas repito, como vamos atingir isso se as iniciativas não são abraçadas. Houveram diversos ensaios de criar um calendário de eventos da cidade, desde a época do ex-prefeito Carlos Amastha, mas não ocorreu àquela época e acredito que não vai ocorrer por hora. Enquanto isso, segue o baile, ou melhor, o show gospel e aparentemente está tudo certo.

Por: Gustavo Chaves